A experiência do usuário virou prioridade na concepção de novos espaços de trabalho nos últimos anos. Em parte, isso se deve a exigências das novas gerações, em especial dos millennials, para quem a qualidade de vida tem tanta ou mais importância do que um bom salário e uma vasta lista de benefícios.
Escritório da PwC, em São Paulo, com projeto focado nos usuários | Foto: @douglascostanzo
Com o isolamento durante a pandemia, outras gerações passaram a ver o valor dessas novas formas de organizar os espaços de trabalho, e isso tem impactado fortemente a maneira como os ambientes corporativos são projetados.
Design para pessoas
Diferentemente da arquitetura residencial, na qual os desejos dos moradores guiam as decisões do projeto, no mundo corporativo as definições envolvem muito mais gente: colaboradores, grupos de gestão, fornecedores e clientes devem ser contemplados.
O primeiro passo para criar espaços de trabalho empáticos é ouvir as necessidades e preocupações de todos os usuários. É aí que entra o design centrado no ser humano, ou foco nas pessoas. Isso significa, basicamente, colocar as necessidades, preferências e experiências dos usuários no centro das decisões.
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Flexibilidade é tudo
Muito requisitada no retorno aos escritórios no pós-pandemia, a tendência de "hoteling" veio para ficar. Esse conceito de gerenciamento de espaço de escritório permite que os funcionários reservem estações de trabalho, em vez de terem mesas fixas, de acordo com suas necessidades e preferências.
O sistema é ideal para empresas com uma força de trabalho móvel ou híbrida, otimizando o uso do espaço disponível e permitindo uma adaptação fácil a mudanças no número de funcionários. “Há uma tendência de mesas rotativas, que geram mais espaços de colaboração, de encontro, de reuniões”, diz Sergio Athié.
O escritório da PwC Campinas tem diferentes tipologias de mobiliário | Foto: @douglascostanzo
Essa é uma forma de fomentar a colaboração entre equipes, promovendo a interação entre colegas que normalmente não se encontrariam. Ele ainda eleva o nível de satisfação dos funcionários, ao oferecer mais autonomia e flexibilidade na escolha de onde trabalhar. O que pode aumentar também a produtividade.
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Verde dentro
Além do foco nas pessoas, outra técnica essencial para a melhora da saúde e do bem-estar dos colaboradores é a biofilia. Ou seja: a tendência inata do sere humano de buscar conexões com a natureza.
Ambientes de trabalho que integram características naturais, como vegetação, luz natural e vistas para o exterior, podem diminuir os níveis de ansiedade e fadiga dos funcionários. E ainda aumentam sua satisfação geral.
Estudos revelam que 15% das pessoas que trabalham em espaços com elementos biofílicos apresentam um maior nível de bem-estar. Esses ambientes também estão associados a um aumento de 6% na produtividade e 15% na criatividade dos trabalhadores. Os dados são do relatório da pesquisa Human Spaces, conduzida pela Robertson Cooper, consultoria especializada em bem-estar no ambiente de trabalho e saúde organizacional.
Detalhes do projeto do escritório da Mosaic, em São Paulo | Foto: @alexandre.jafo
Colaboradores engajados
Nos novos espaços corporativos, a oferta de experiências diversas e positivas é essencial para atrair o colaborador ao escritório. É lá que ele poderá interagir com outras pessoas, socializar com os colegas e, se precisar de um momento de foco, vai ter um espaço específico para isso.
Mas mais do que isso, ambientes que proporcionam experiências únicas são capazes de conectar os colaboradores à cultura da empresa, garantindo uma relação mais verdadeira e intensa.
“Independentemente do modelo de trabalho, as empresas estão aproveitando o momento de fazer o novo escritório para trazer seu DNA para os espaços”, diz Sergio. “Então a marca está muito presente, a cultura da empresa está muito, seja em mídia digital ou outros tipos de mídia.”
Impacto na produtividade
Criar ambientes adaptáveis aumenta a satisfação dos colaboradores e a eficiência no trabalho, trazendo benefícios também para as empresas. Ao oferecer ambientes que levam em consideração o ponto de vista dos usuários, promovemos um senso de pertencimento e colaboração.
Dessa forma, a arquitetura corporativa não apenas responde às necessidades atuais, mas também molda o futuro dos ambientes de trabalho.
Essa é uma transformação que beneficia tanto os colaboradores quanto as empresas, criando um ciclo positivo de inovação e bem-estar no ambiente corporativo.
