O papel da neuroarquitetura nos escritórios

Escritório de seguradora que aproveita a luz natural e tem mobiliário em tons de azul e verde

Descubra como o uso de neurociência no design corporativo pode melhorar a concentração, a criatividade e o bem-estar dos colaboradores

Sabe quando você entra em um lugar e seu humor muda – você se sente mais leve, mais concentrado ou até mais feliz? Esse fenômeno tem nome: neuroarquitetura, a prática de projetar espaços que ‘falam’ com o cérebro de forma subliminar.

A neuroarquitetura analisa como o design dos espaços influencia diretamente nossas emoções e nosso estado mental. E está mudando a maneira como vivemos, trabalhamos e interagimos com o mundo ao nosso redor.

O escritório da PwC em Florianópolis combina muita biofilia com luz natural | Foto: Luis Agostinho

Neuroarquitetura nos ambientes corporativos

Nos escritórios, essa abordagem está sendo utilizada para melhorar a produtividade, a criatividade e a qualidade de vida dos colaboradores. Por meio da aplicação de cores, luz, som e design estratégico, a neuroarquitetura cria ambientes que promovem a saúde mental e aumentam o desempenho no trabalho.

Fatores como a cor das paredes, a disposição dos móveis e a qualidade da iluminação podem afetar o humor, os níveis de estresse e a capacidade cognitiva dos trabalhadores, segundo pesquisas.

A influência das cores

Em um estudo realizado pela Universidade de Essex, os pesquisadores descobriram que a adição de plantas no escritório aumentou a produtividade em 15%. Além disso, a cor verde está associada à natureza e ao equilíbrio, o que pode criar uma sensação de calma e reduzir os níveis de estresse.

Em contrapartida, cores brilhantes e ousadas, como vermelho e amarelo, podem ser excessivamente estimulantes e causar ansiedade.

Um estudo da Universidade do Texas constatou que trabalhadores em um ambiente vermelho cometiam mais erros e eram menos produtivos do que aqueles em um ambiente azul. Já o amarelo pode ser estimulante, mas se usado em excesso, pode causar cansaço e fadiga ocular.

O projeto da Zurich Seguros aproveita ao máximo a luz natural do escritório | Foto: Douglas Costanzo

Luz natural e ar fresco

Outro elemento central da neuroarquitetura é a utilização da luz natural e a melhoria da ventilação. Um estudo conduzido pela Harvard T.H. Chan School of Public Health mostrou que ambientes com maior entrada de luz natural e boa ventilação favorecem o aumento da capacidade cognitiva, além de reduzir a sensação de cansaço.

Esses espaços proporcionam uma melhora significativa na disposição e no foco, especialmente em tarefas mais complexas.

Além disso, a luz natural tem um impacto direto no ritmo circadiano, ajudando os colaboradores a manterem uma rotina saudável de sono. O que resulta em maior engajamento e menor absenteísmo.

Chiaroscuro e criatividade

Ambientes mais escuros podem estimular estados mentais mais criativos, enquanto ambientes mais claros incentivam pensamentos mais analíticos e lógicos.

Segundo um estudo da Universidade de Heidelberg que explora como a iluminação influencia o tipo de pensamento e a criatividade dos indivíduos, espaços com menos luz podem permitir pensamentos mais holísticos e exploratórios, facilitando a criatividade.

Dessa forma, em certos casos, reduzir a iluminação ou criar espaços com luz mais suave pode ajudar a promover a criatividade e a inovação nas empresas.

Recarregando as baterias

A neuroarquitetura também é eficaz na promoção do bem-estar emocional dos funcionários. A criação de áreas de descompressão, onde os colaboradores podem relaxar e recuperar energia, é uma prática cada vez mais comum.

A incorporação de espaços que estimulem a calma e o equilíbrio emocional ajuda a reduzir o estresse e melhora o clima organizacional. Valem jardins internos, áreas de relaxamento com baixa luminosidade ou até redários.

Área de descompressão do escritório da Danaher, em São Paulo | Foto: Raphael Briest

Impactos Positivos

À medida que o mundo corporativo evolui, a neuroarquitetura oferece uma maneira inovadora de melhorar a performance e o bem-estar dos colaboradores.

Ao investir em ambientes que combinam design inteligente com princípios de neurociência, as empresas criam espaços mais agradáveis e fortalecem a produtividade e a satisfação. O que também se reflete na atração e na retenção de talentos.

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